sexta-feira, 25 de março de 2011
sexta-feira, 18 de março de 2011
sexta-feira, 4 de março de 2011
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5 anos de Círculo Palmarino
Neste mês de março, mês em que se comemora o Dia Internacional de Luta das Mulheres, a proposta do Circulo Palmarino é evidenciar a força da mulher negra.
O documentário “A Cidade das Mulheres” ressalta a mulher negra baiana que inventou no Brasil um sistema matriarcal inédito, desenvolvido em torno do culto aos Orixás.
“Cidade das Mulheres” vem homenagear a força dessa mulher através de Mãe Stella de Oxossi, Yalorixá do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, símbolo maior de dignidade e doação.
Quando: Dia 12 de março, sábado, às 18 horas.
Onde: ACM-CDC Leide das Neves – Rua Nelson Fernandes, 257, Jabaquara, próximo à estação do Metrô. São Paulo-SP.
Onde: ACM-CDC Leide das Neves – Rua Nelson Fernandes, 257, Jabaquara, próximo à estação do Metrô. São Paulo-SP.
Para mais informações entre em contato com a companheira Luciete Silva através do telefone nº (11) 7471-6766
quarta-feira, 2 de março de 2011
Escrito por Joselicio Junior!
Zumbi, comandante guerreiro
Ogunhê, ferreiro-mor capitão
Da capitania da minha cabeça
Mandai a alforria pro meu coração
Da capitania da minha cabeça
Mandai a alforria pro meu coração
Minha espada espalha o sol da guerra
Rompe mato, varre céus e terra
A felicidade do negro é uma felicidade guerreira
Do maracatu, do maculelê e do moleque bamba
“Nós somos o Círculo Palmarino. Lembremos o sangue derramado de nossos ancestrais trazidos como escravos da África. Viemos nos navios negreiros onde sonhávamos com a liberdade. Trabalhamos, lutamos, choramos e amamos. Diziam que éramos animais, mas somos homens e mulheres que sonham e lutam com um novo tempo. Amamos a liberdade. Lutamos por ela. Nasceu Palmares no batuque vindo de África. Construímos Palmares. Lutamos por Palmares. Morremos por Palmares. Lembremos os nossos ancestrais, pois é por eles que estamos aqui hoje. E lutamos contra o racismo. E lutamos contra o capitalismo. Contra a exploração. Somos palmarinos, somos palmarinas. Somos o Círculo Palmarino, pois amamos e lutamos pela liberdade! Somos livres! Somos o Círculo Palmarino, pois quando nossos ancestrais estavam cansados, tocavam o tambor, que trazia a alegria aos seus corações. Defendemos nossa cultura! Somos o Círculo Palmarino, pois queremos estudar, aprender e transformar essa sociedade injusta, racista e capitalista! Queremos estudar! Somos o Círculo Palmarino, pois aprendemos com os Orixás o amor à Mãe Terra e o respeito à natureza! Viva a Mãe Terra! Somos o Círculo Palmarino e queremos que o trabalho do negro e da negra seja recompensado justamente. Chega de exploração! Queremos trabalho digno e com igualdade! Somos o Círculo Palmarino e não haverá liberdade com fome. Queremos um sociedade em que todos possam compartilhar do alimento que a Mãe Terra oferece e viver dignamente. Somos o Círculo Palmarino e queremos que o povo negro viva em paz, com tranquilidade e segurança. Queremos paz, alegria e felicidade! A bandeira do Círculo Palmarino representa a nossa luta: liberdade, cultura, estudo, natureza, trabalho, fartura e paz! Viva o Círculo Palmarino, que segue na luta com nossos ancestrais!”
Foi com esse axé vivenciado por mais de 30 pessoas que teve inicio a histórica 1ª Jornada de Formação Política do Círculo Palmarino. Mais do que discutir a visão política da entidade sobre o negro na sociedade e suas várias formas de resistência, este espaço cumpriu o papel de mostrar que é possível construirmos outro modelo de sociedade, onde as ações são compartilhadas, decididas e construídas coletivamente.
Neste sentido, foi fundamental a formação das brigadas de organização e disciplina, finanças e cultura, todas foram essenciais para o bom andamento da atividade e estimularam a participação e a interação de todos na construção dessa 1ª Jornada.
O debate político teve início com uma breve apresentação do companheiro Juninho sobre o que é o Círculo Palmarino, como ele se organiza, seu eixo político – “fortalecer a resistência negra ao neoliberalismo” –, o seu lema – “Resistir, Ocupar e Transformar” –, suas principais bandeiras de luta como a campanha contra a Faxina Étnica e algumas ações como o Sarau Palmarino, Cine Palmarino, construção da Marcha da Consciência Negra e o 13 de maio de luta.
A sequência se deu pelo debate sobre “Raça e racismo na formação do sistema colonial”, onde foi possível visualizar a base da construção do racismo e suas perversidades. Na parte da tarde ,a discussão ficou em torno do tema “Classe, Raça e Poder Político: os Afrodescendentes e os Processos de Hegemonia e Contra-hegemonia.” Possibilitando elucidar que a superação do racismo passa necessariamente pela construção de um outro modelo de sociedade. Todo esse debate foi facilitado pelo companheiro Fabio Nogueira.
É importante destacar que após a apresentação de cada tema houveram discussões em grupos que permitiram um aprofundamento do debate e um maior envolvimento dos participantes.
A noite foi marcada pela exibição do documentário “Bailes – soul, samba-rock, hip hop e identidade em São Paulo ”, na sequência o dançarino Vanderlei Victorino BA, ofereceu uma oficina de samba-rock e o baile nostalgia rolou ao som do DJ Correria, do grupo Anexo Verbal. Esse foi um espaço fundamental para a integração do grupo.
O segundo dia de jornada teve início com a apresentação da poesia do Rodrigo, do grupo Anexo Verbal, puxando o refrão “Círculo Palmarino é a força que liberta”. O último módulo de discussão, facilitado por Juninho, teve como tema “Resistência, Luta Política e Desalienação: Projeto Político e Consciência Negra”, focando o debate em torno da resistência negra pós abolição e o movimento negro contemporâneo.
A 1ª Jornada de Formação Política do Círculo Palmarino foi encerrada com a construção de um mural proposto pela brigada cultural com frases dos participantes, a entrega dos certificados e a foto oficial. Além disso, todos os participantes que não eram filiados foram convidados a se integrarem ao Círculo Palmarino.
A experiência da construção da 1ª Jornada solidificou a ideia de que existe espaço para se fazer luta política contra-hegemônica e que ela deve romper com a formalidade e a burocratização eurocêntrica. A compreensão cultural, a subjetividade e a disputa no campo simbólico é central para ganharmos corações e mentes. Neste sentido o Círculo Palmarino se propõem a ser uma força libertadora e emancipadora, rumo ao socialismo.
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